A FGV-EAESP ofereceu, em sua semana de imersão, uma disciplina focada em ESG no mercado de capitais. A APUS apoiou a iniciativa inovadora e ofereceu um prêmio aos destaques do challenge inédito, no qual os alunos da instituição aceitaram o desafio de repensar o modelo corrente de capitalismo.
O APUS ESG CHALLENGE procurou estimular os alunos a refletir de maneira a perceber as relações entre diferentes dimensões de um mesmo problema: a performance da empresa e as suas contribuições para a sociedade. “Acredita-se que a consideração dos fatores ambientais, sociais e de governança (ESG), no processo de análise de investimento e de gestão corporativa, deve estar no centro da gestão financeira, na busca por assegurar que a companhia tenha acesso a recursos financeiros para manter e expandir o negócio”, afirma o professor de Finanças da EAESP, Wesley Mendes, que tem expertise profissional e acadêmica centrada em mecanismos de governança, fatores ESG e criação de valor, finanças corporativas, finanças comportamentais e geração de conhecimento em gestão de negócios.
Organizados em sete equipes, 30 alunos da disciplina de imersão Fatores ESG no Mercado de Capitais, do Curso de Graduação em Administração de Empresas (CGAE) da FGV-EAESP participaram, entre os dias 29 de setembro e 9 de outubro, do APUS ESG CHALLENGE, desenvolvido e coordenado pelo professor Wesley, que atua desde 2011 no programa de Doutorado e Mestrado (acadêmicos) com foco em Finanças da FGV-EAESP. O desafio lançou como missão para os alunos a concepção de um Guia Executivo, dedicado à aplicação de boas práticas em ESG, tanto para investidores, como para empresas investidas. Ao final, as equipes foram avaliadas por uma banca examinadora formada por executivos de alto nível de importantes players do mercado, oriundos de diferentes indústrias.
Na visão do co-fundador da APUS, Bruno Mazzei, o ESG é o tema mais importante da pauta mundial, o caminho para a consciência sustentável. “É essencial trazer o ESG para o dia a dia das empresas e das finanças, em prol de um mundo que tenha como foco as reais necessidades das pessoas. São questões que exigem atitudes efetivas e práticas imediatas de transformação da realidade”, diz Bruno.
Para Thiago Pirágine, CEO da APUS, “essa geração precisa e deve liderar esta mudança, uma vez que é formada pelos novos profissionais que estão entrando no mercado para influenciar com esse novo mindset tanto as gerações passadas, como as novas gerações. A APUS nasce com essa essência e irá cada vez mais apoiar e promover iniciativas que ajudem as empresas e as pessoas nessa transição”.
Para a APUS, este é o momento. O mundo foi chacoalhado com a Covid-19 e os princípios de sustentabilidade (ambiental, social e econômica) que antes para muitos eram apenas bandeiras ativistas, agora deixam claro a todos que mais do que uma consciência é uma necessidade de sobrevivência. Segundo Thiago, “vivemos em um mundo onde não cabe mais o pensamento individualista pois tudo afeta a todos. É o ser humano sendo forçado a ter responsabilidade e a olhar o seu entorno”.
Baseado em uma dinâmica intensa, o APUS ESG CHALLENGE permitiu a imersão das equipes, via encontros virtuais, a rotinas e práticas de key players da cadeia de valor do mercado de capitais. Participaram executivos convidados, como: Daniel Maria/Banco do Brasil; Adriana Freitas Albanese/Aegea; Aline Tozak/Klabin; e Henrique Noya/Mongeral Aegon. Além da apresentação de relatórios preliminares, os grupos realizaram uma apresentação oral final para a banca avaliadora.
Para construir o seu Guia de Melhores Práticas e Investimentos para Investidores em ESG, a equipe de estudantes intitulada Equipe C, vencedora do challenge, levantou vários dados e pesquisas que revelam a importância dos investimentos das empresas nessa área. Pesquisa global da McKinsey indica, segundo os alunos, que 70% dos consumidores estão dispostos a pagar até 5% a mais por produtos e serviços que expressam preocupação com fatores sociais e ambientais. Além disso, dados indicam que, na visão do investidor, empresas que adotam melhores práticas ESG são mais transparentes, mais competitivas e representam menor risco e maior retorno para os acionistas. A incorporação do ESG nas empresas também diminui custos, melhora a relação com os funcionários e a produtividade, facilita enfrentar momentos de crise e gera novas oportunidades de negócio. O trabalho da equipe detalhou, nas três áreas de ESG, os principais critérios que devem nortear as ações. As oportunidades de contato online com os players de mercado durante o challenge foram muito importantes, na opinião dos alunos, no sentido de nortear a construção do guia.
“O ESG é uma nova dinâmica não só profissional mas de fazer, viver, consumir”
Para o aluno Vinícius Piotto da Silveira Guimarães, da equipe vencedora, “a iniciativa de trazer essa pauta do challenge para dentro da FGV foi fantástica. Os aspectos ESG envolvem parte da minha vida em muitos sentidos, não só em relação à maneira de fazer negócios mas em relação à maneira de me comportar em relação à sociedade. Ao colocarem esse desafio para nós, FGV-EAESP e APUS, tendo à frente um professor fantástico como o professor Wesley Mendes, criam oportunidades para que futuros líderes possam vivenciar não só uma dinâmica de fazer negócios, mas um modo de vida. Fiquei muito feliz e amei participar”, diz Vinícius.
O estudante, que tem 20 anos, considera importante que os jovens se insiram cada vez mais nesta temática, seja qual for a sua área de estudo, uma vez que serão responsáveis por aplicar uma série de critérios para a tomada de decisão. “A gente fala hoje sobre aplicar aspectos ESG dentro das corporações, mas eu tenho que entender também como eu vou aplicar o ESG na maneira como eu me comporto no momento em que eu saio de casa. É uma nova dinâmica não só profissional mas de fazer, viver, consumir”, diz Vinícius. Nesse sentido, considerando o mercado financeiro, ele acredita que as finanças sustentáveis vieram para ficar; e no aspecto moral, o ESG ajuda a compreender qual é a posição das pessoas frente ao mundo. “Temos que abdicar desse viés de economia linear, baseada no `eu consumo e descarto`, para começar a entender como `eu consumo e retorno`. Entender que o capitalismo existe, que é para dar lucro, mas que é preciso mudar a maneira de fazer negócios e de viver”, afirma.
Para Júlia Monteiro, também integrante da equipe vencedora, participar do challenge “foi muito importante para aprofundar esse conteúdo, para ver a importância desse tema e para que a gente se motive a se engajar mais nesse pensamento, incorporando o ESG à nossa vida e ao mercado de trabalho”. “Essa é uma visão que o mercado vai abraçar, movimentando a mudança, e é importante que a nossa geração tenha esse mindset, porque é ela que vai daqui para a frente fazer com que a vida, as cidades, a forma como os negócios são feitos também mude. Para os administradores e empresários, a importância do ESG hoje é maior que qualquer outro tema, porque o mundo só vai ter saída se a gente se unir para salvar o meio ambiente, as pessoas, criar um ambiente agradável de trabalho e promover a inclusão de diferentes culturas, gênero e raça”, diz Júlia.
Ela lembra que o Relógio do Clima, instalado na Union Square, em Nova York, registra que temos sete anos para salvar o planeta e evitar a catástrofe climática (o relógio faz a contagem regressiva dos anos e até segundos restantes para a humanidade reduzir as emissões de gases de efeito estufa o suficiente para dar à Terra 67% de chance de manter o mundo abaixo de 1,5 graus Celsius de aquecimento). “Quando uma empresa adota uma cultura organizacional de desenvolvimento sustentável, de ESG, e vê que seu desempenho melhora, ela movimenta também o mundo na direção da mudança, abrindo caminho para garantir o futuro”, diz Júlia.
“A melhor forma de crescer com consistência é crescer com consciência”
Para Thiago Pirágine, o challenge atesta o propósito da empresa de contribuir para a aceleração da eficiência de mercado no setor bancário brasileiro. Temos a certeza de que a melhor forma de crescer com consistência é crescer com consciência. O mercado está mudando bastante com novas tecnologias, com a chegada do open banking, e inúmeras oportunidades se abrem para oferecer ao consumidor opções que sejam mais simples, transparentes e vantajosas. Isso significa fazer com que o consumidor tenha em mãos informações, ferramentas, liberdade e controle para assumir um papel protagonista e tomar as melhores decisões em relação ao seu dinheiro, viabilizando da melhor forma o seu projeto de vida”, diz Thiago. “Iniciativas como esta do challenge promovido junto com a FGV-EAESP nos inspiram a seguir com mais convicção ainda neste caminho”, destaca.
O Challenge será replicado para outras instituições de ensino nacionais e internacionais. O processo de expansão do projeto será divulgado até o final do ano.
TRÊS EQUIPES FORAM PREMIADAS COM O TROFÉU APUS ESG UNDER 30.
1° lugar – EQUIPE C
Gustavo Gonçalves Secorun Borges
Júlia Esteves Monteiro
Luma Pimenta Soares Maia
Vinícius Piotto da Silveira Guimarães
2° lugar – EQUIPE F
Bruno Bacci de Martins Trigo
Lucas de Almeida Pires
Mauricio Bisker Finkelstein
3° lugar – EQUIPE D
Enzo Jurca Paiva
Guilherme de Arruda Sgarbi
Guilherme Guimarães Oliveira dos Santos
Victória Brant de Carvalho Roquetti
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